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O Oculto na academia!

Atualizado: 13 de dez. de 2021

Desde a infância buscava a presença que havia nas ausências físicas.

Isso me levou em dado momento a freguêntar ambientes sacralizados, preferencialmente quando igrejas e templos estavam vazios.

Acabei entrando em uma Faculdade privada para cursar Licenciatura em Artes Visuais, na época um curso inovador, que abrangeria todas as linguagens incluindo as Artes Digitais.

Em um misto de vanguarda com processos conservadores do pensar das Belas Artes, fui adentrando o universo artístico, confesso indigesto muitas vezes.

Os atêlies livres de gravura eram onde tinha meus melhores momentos criativos, a História da Arte me arrebatava, e ao mesmo tempo parecia desembocar em um caos não criativo nas práticas. No mais, me sentia submersa em um ambiente muito egoíco academico, eram poucos momentos de conexão profunda com alguns professores, onde Arte Conceitual transbordava no discurso academico e práticas dos alunos. Era muito instigante o poder da Arte em criar movimento de reflexão em relação com os ambientes e expectadores. Mas naquele universo me faltava o sagrado, nesse sentido foi orgânico me conectar com as obras que me foram apresentadas de Joseph Beuys. As obras conversavam comigo, mas foram poucas as informações sobre o sagrado na obra de Beyus dentro da academia (Beyus criou a Escultura Social inspirada na obra "Filosofia da Liberdade" de Rudolf Steiner) .

A estética das obras conceituais contemporâneas me incomodavam, não me conectava com os discursos que ficavam muitas vezes na superfície, questionando na maior parte do tempo, sobre o que é Arte, e qual a função da Arte. Parecia que as pessoas não sabiam o que estavam fazendo no campo artístico. Nesse momento por indicação de um professor, busquei pela Estética e Filosofia da Arte, no curso de Filosofia de uma Universidade Federal. Bons grandes amigos me foram apresentados, Platão, Sócrates, Nietzsche, mas não só. Um dos professores que eu mais admirava me levou até a biblioteca da Universidade, fez uma cópia do livro "Ciência Oculta" de Rudolf Steiner, me deu a cópia da obra, mas nunca falou dela em sala de aula. Outro fato "oculto" nos meios acadêmicos filosóficos, foi o interesse e a proximidade de Stener junto a Nietzsche, quando este último já estava doente no final de sua vida, pois eram contemporâneos. O que leva a ciência a ignorar uma presença tão marcante da época, cujo conhecimento tem trazido frutos práticos para a vida humana?

Recentemente ouvi uma palestra de Mayumi Matsumiya, sobre sua pesquisa em Artes, que evidencia a presença de Rudolf Steiner nos altos círculos culturais de sua época. Steiner mobilizou milhares de pessoas em suas palestras durante décadas. Porém sua presença, apesar do impacto nas várias áreas humanas, permanceu durante muito tempo oculta, embora lembrada e estudada dentro das academias.




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